Estamos passando dias muito sofridos pois perdemos nosso bebezinho com quase 17 semanas de gravidez! Já no segundo trimestre da gravidez eu estava muito tranquila achando que os riscos já haviam passado, que agora era só curtir e esperar.
Voltando um pouco no tempo, quando descobrimos a gravidez ficamos bastante preocupados pela questão da idade, com medo do bebê ter algum problema, e decidimos fazer um teste genético que é feito nos Estados Unidos. Foram dias de angústia até a chegada do resultado, com 11 semanas, mostrando que o bebê tinha baixíssimas probabilidades de ter algum alteração genética naqueles cromossomos testados. A partir daí nós relaxamos, divulgamos a notícia e começamos a pensar na nossa vida com 2 filhos, em enxoval, etc.
Semana passada, na quarta, fomos animados à consulta prenatal. Como já fazia um mês da ultima consulta, eu estava bastante ansiosa para ver como ele tinha se desenvolvido nesse tempo, nem me passava pela cabeça que pudesse ter algo errado, já que não senti absolutamente nada. Além disso com 16 semanas ainda não estava sentindo o bebê se mexer. Eu até achava que tinha sentindo alguns pequenos movimentos mas não tinha certeza se era o bebê.
Chegamos animados, tivemos a consulta, fiquei super feliz por não ter ganhado peso até agora, já que já estou bem acima do meu peso normal. O médico que estava nos acompanhando sempre faz ultrassom nas consultas, o que eu achei muito bom principalmente no início quando ainda estava bem preocupada com a gravidez. Fomos então para o exame, sem nem desconfiar da péssima notícia que nos aguardava. Assim que o médico colocou o aparelho eu achei estranho a posição do bebê, mas não caiu a ficha. O médico olhou por vários angulos e enfim nos deu a notícia mais triste de nossas vidas: seu bebê está sem batimentos. O médico foi super delicado, conversamos bastante, choramos muito, foi realmente terrível.
A partir de então teve início o pesadelo, eu precisaria me internar, passar por um processo de indução de aborto que normalmente leva alguns dias, passar por um quase parto normal, depois curetagem, etc. Nessa idade gestacional não é possível fazer curetagem antes da expulsão, pois o feto já tem ossinhos. E ainda teve uma coisa terrível: dar a notícia para a Clara, que estava super feliz e só falava no irmão que iria chegar. Foi realmente muito dificil, ela chorou muito, não queria acreditar.
Dia seguinte fomos para o hospital, nem vou me estender nessa parte, nas horas e horas de espera por médicos, na louca desorganização do hospital, na falta se sensibilidade de alguns profissionais da saúde e por aí vai. Foram 3 dias de espera, fazendo aplicação do medicamento para abrir o colo do útero, sentindo apenas colicas, sem sangramento. Preocupados com a falta de evolução, nos virando para ajeitar a vida da Clara enquanto estávamos os 2 no hospital. Enfim, muito dificil.
Na madrugada de sábado para domingo a coisa finalmente evoluiu e foi bem rápido. Acordei com cólicas fortes, que na verdade eram contrações muito fortes e com quase nada de intervalos. Pensei que eu fosse morrer, mas com pouco mais de uma hora ocorreu a expulsão do feto. Coisa triste ver o bebê já todo formado ali. As dores passaram e fui encaminhada para a curetagem.
Deveria ter tido alta no mesmo dia mas o hospital é bem desorganizado e não conseguimos falar com nenhum médico, então ficou para o dia seguinte pela manhã.
Agora estou em casa, me recuperando. Ainda bastante abalada pela perda tão repentina e inesperada, mas tentando me conformar. Para dificultar os seios estão se enchendo de leite, já tomei um remedio e espero que seque rapido.
Enfim, escrevo esta história triste aqui, parece meio deslocada no meio de relatos felizes de viagens, mas este blog sempre foi bastante pessoal, então não podia deixar de registrar.
No final do mês estávamos com viagem marcada para os EUA, para levar a Clara à Disney e também comprar o enxoval. Agora ainda não sabemos se conseguiremos autorização medica para viajar e não vale a pena remarcar, as taxas são muito altas, só saberemos em cima da hora, mas já prevejo que se formos será uma viagem um tanto triste.
Faltou dizer que quando demos a notícia para a Clara, falei que o bebê tinha virado um anjinho e que devíamos escolher o nome dele. Ela então pediu para escolher e quis que ele se chamasse Rafael, então agora temos um anjinho Rafael na família.
3 comentários:
Oi, Kelly,
Deixo o meu abraço pra família toda. fiquei muito tocada com seu relato. Que a esperança nunca abandone vocês.
beijos!
Muito obrigada, Lia! Tem sido bem difícil mesmo. Beijos.
Deixo aqui meu abraço carinhoso e solidário. Pra você, pra Clara e pro marido.
Beijos
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