quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Clara conheceu a Amazônia


Manaus já é uma velha conhecida nossa. Mudei para o Amazonas em 2002, a trabalho. Inicialmente fui para Novo Airão, depois fui para Manaus, onde fiquei até 2004. Jorge também morou na infância e passou por lá outras vezes. Em 2007, já juntos, fizemos uma viagem maravilhosa com alguns amigos, mas Clara ainda não era nascida. Nesta viagem alugamos um barco regional e fomos até o Parque Nacional do Jaú, que eu também já conhecia, onde ficamos alguns dias imersos na Floresta Amazônica, longe da "civilização", dormindo e comendo no barco, foi muito bom! 
Em 2018 fui convidada para participar de um Seminário em Manaus e propus para o Jorge aproveitarmos para apresentar a Amazônia para a Clara. Seria coisa rápida, só um fim de semana em setembro, mas foi uma excelente oportunidade. Fui antes para Manaus, para participar do Seminário e Jorge viajou com a Clara para me encontrar no final de semana. 
De carro alugado, na manhã do primeiro dia demos uma rodada rápida pelo centro de Manaus. Andamos na área do Teatro Amazonas, visitamos a excelente loja de artesanato do MUSA que fica em um prédio do outro lado da praça, depois seguimos até o Mercado Municipal e o porto de Manaus. Clara achou uma experiência bem diferente do padrão, em especial por causa do calor, dos cheiros e da confusão urbana.

Teatro Amazonas

Loja MUSA

Antes do almoço já pegamos a estrada para nosso objetivo principal nesta viagem que era ir para Novo Airão, cidade a 200 km de distância, passando a ponte sobre o Rio Negro, que não existia na minha época de Amazonas.
Novo Airão é a melhor cidade para quem quer conhecer o Parque Nacional de Anavilhanas, com suas cerca de 400 ilhas fluviais no belíssimo Rio Negro. Além de ser um excelente local para apresentar a Amazônia para a Clara, também queríamos visitar uma querida amiga que mora em Novo Airão.
Além disto em Novo Airão tem um local onde é possível interagir com os botos rosa. Quando morei lá já existia essa atividade, iniciada há vários anos por uma família da cidade que tinha um restaurante flutuante. Tudo começou com um boto que havia sido arpoado e foi salvo por ribeirinhos, mas como ele ficou com sequelas e não conseguia se alimentar direito, passaram a alimenta-lo. A alimentação fácil atraiu outros botos que, apesar de serem todos livres, sempre voltavam para ganhar peixes. Assim, logo virou uma atração turística na cidade alimentar os botos. Por se tratar de uma área protegida, e para preservar a autonomia e saúde dos animais, a atividade foi ordenada pelos gestores do Parque Nacional de Anavilhanas em 2016, com a implantação de algumas regras. Atualmente não se pode mais entrar na água com os botos e a alimentação é regrada. Além disso antes da atividade o visitante assiste um vídeo que fala sobre o Parque e dá várias explicações, envolvendo educação ambiental e conscientizando as pessoas sobre a importância de preservar e respeitar o ambiente. A quantidades de peixe a ser dado a cada boto é limitada (os tratadores sabem quem é quem e chamam cada um pelo nome), para que eles continuem com o instinto de buscar seu alimento na natureza. Alguns botos passam vários dias sem aparecer e outros são frequentadores mais fiéis. A família que organiza a atividade obviamente cobra uma taxa de participação.
Assim que chegamos em Novo Airão fomos direto vê-los. Clara amou ver os botos tão de perto e até tocar neles. Gostou tanto que repetimos no dia seguinte. Eles são muito fofos, em especial o Curumim, o boto que foi arpoado há muitos anos atrás, e ficou com seu bico torto.
O dia seguinte começou bem com as deliciosas tapiocas da Elza, um local bem simples e gostoso onde servem café da manhã. Sugestão: experimentem a tapioca ou o pão com tucumã e queijo coalho, é delicioso! 
Seguimos então para o passeio de barco pelas ilhas de Anavilhanas. Havíamos contratado este passeio com antecedência com um guia local. Ele organiza tudo de acordo com o que a gente quer, como tempo de passeio (pode ser um ou mais dias), alimentação, etc. Indico 2 guias muito bons: Vermelho e Marivaldo, que além de ótimas pessoas são excelentes pilotos de barco e conhecem a região muito bem, o que é fundamental  num rio como o Negro e no labirinto que é Anavilhanas. Nosso guia foi o Vermelho (em uma das fotos tem o telefone para contato). Passamos por trechos muito largos do Rio Negro, vários braços menores e “furos”, que são locais no meio da mata onde os braços dos rios se encontram durante o período da cheia. Fizemos também 2 trilhas pela mata seca. A primeira pequena e a segunda maior e mais estruturada, com flutuantes e pontes para cruzar braços de rios. Terminamos o passeio com chave de ouro, em uma prainha fluvial muito gostosa, com botos rosa por perto e os tímidos botos cinza (tucuxi) nos olhando de longe. Nesse dia o rio ainda estava muito cheio e nosso guia nos levou na única prainha que já tinha saído, exclusiva pra nós, foi maravilhoso! 
Gostamos muito desse tipo de passeio mais "rústico" e personalizado. Achamos mais interessante visitar uma área onde se fica de fato em contato com a Floresta em seu estado mais original, como os Parques Nacionais de Anavilhanas e do Jaú, contratando um guia local muito experiente, o que gera renda para a população da cidade, de forma a incentivar a preservação da natureza. 
Na volta para a cidade do nada o tempo virou e caiu uma tempestade. Quem conhece a Amazônia sabe bem como são essas chuvas repentinas. O rio passa de tranquilo para muito agitado rapidamente, formando muitas ondas, que lá eles chamam banzeiro. Nessas horas um bom piloto de barco é fundamental, pois eles sabem como agir e deixar todos em segurança. Nosso barqueiro era bem experiente e agiu rápido, achando uma margem abrigada, onde esperamos cerca de 20 minutos até diminuir um pouco a agitação do rio e podermos voltar devagar, mas ainda assim com fortes emoções.
Depois de passarmos para ver os botos pela segunda vez, fomos ao imperdível centro de artesanato da Fundação Almerinda Malaquias nos abastecer de lembrancinhas e retornamos a Manaus, onde pegamos o voo de regresso para casa. Clara adorou sua primeira aventura amazônica, cheia de verde e de animais. Apesar de corrido, foi uma viagem incrível!

Parque Nacional de Anavilhanas



Nosso guia Vermelho remando num "furo". Contato na camisa

Floresta alagada

Trilha na Floresta

Nosso pequeno grupo


Trilha

Camuflagem



O belíssimo Rio Negro



Espelho!

Praia particular com água quente e botos


Chuva amazônica

Botos de Novo Airão

Curumim e seu "bico" torto



terça-feira, 12 de novembro de 2019

Viagem de férias - Santiago

Encerrando as postagens do Chile, com quase 2 anos de atraso, vamos falar um pouco de Santiago.

Fizemos um Stopover de 3 dias em Santiago, no retorno da Patagônia. Eu, Kelly, já havia ido em 2005 e apesar de ter achado a cidade bonita, não achei tão interessante. Já o Jorge havia tempos que queria conhece-la.
Ficamos hospedados em um apartamento na Providência, e gostamos muito, pois era central e ficava ao lado do metro, que leva às principais atrações de Santiago.
Como a Patagônia era o parque de diversão dos adultos, programamos para Santiago principalmente atrações para Clara.
Logo no dia seguinte ao da chegada fomos para o MIM (Museo Interactivo Mirador), que é um museu de ciências, onde as crianças podem interagir com “brinquedos” inspirados em diversas áreas do conhecimento. Para mim como geógrafa a parte da formação da Terra, placas tectonicas, terremotos, etc, me deixou fascinada! No geral, apesar de ter algumas atrações quebradas, achamos tudo muito bom, e Clara se divertiu bastante. Para chegar ao Museo tivemos que pegar um metro e um onibus. A informação detalhada de como chegar está disponível no site do MIM. Na área do Museo há um restaurante simples e é permitido sair e regressar para terminar a visita.
No segundo dia o passeio foi visitar o Zoológico de Santiago. Achamos interessante, com recintos de tamanho razoável. Um coisa maluca que vimos foi um gato roubando comida das grandes águias, dentro da jaula delas, ao mesmo tempo que deu muita pena do bichinho faminto a ponto de correr tamanho risco. Gostamos também do panda vermelho, das lhamas e guanacos, dos pinguins de Magalhães e do Serval. Mas o mais divertido de tudo foi ver os lêmures, com filhotinhos bagunceiros fazendo a festa.
Ao sair do Zoo seguimos até o topo do Cerro San Cristobal de funicular. A vista de Santiago e dos Andes é fantástica. Passeamos lá em cima e pegamos o teleférico até o final da linha, onde deixamos a Clara brincar um pouco em um parquinho. Na volta pegamos uma grande fila para descer de funicular.
Terminamos o dia jantando no Patio Bellavista, que é próximo da descida do Funicular. O local é cheio de lojas e restaurantes agradáveis. Escolhemos o Puerto Bellavista, lugar agradável e comida muito boa.
No último dia fomos conhecer um pouco do centro da cidade. Começamos no Centro Cultural La Moneda, onde ocorria uma exposição sobre Roma antiga, com uma parte interativa para alegrar os pequenos.
Do Palacio La Moneda, fomos para a Plaza de Armas e seguimos até o Mercado Central, onde almoçamos em um restaurante que encontramos que tinha também uma banca de peixes, de nome Mares de Chile. O peixe estava fresco e bem saboroso, mas o prato não era tão bom quanto o do mercado central de Punta Arenas.
Do almoço seguimos tranquilamente pelas ruas do centro até o Cerro Santa Lúcia. Voltamos para o apartamento mais cedo, para podermos aproveitar um pouco a piscina da cobertura e a fantástica vista de lá. Nosso voo saiu de Santiago no início da madrugada.
Gostamos bastante da cidade e revi minha primeira impressão, Santiago tem de fato muitas atrações interessantes. Pena que ficamos pouco tempo, mas com certeza ficaremos por lá alguns dias nas próximas vezes que formos ao Chile.

Museo Interativo Mirador





Vista linda da cobertura do prédio que ficamos

Zoo de Santiago

O gato mais ousado (ou desesperado) de todos!


Lêmures doidinhos

Funicular

Cerro San Cristobal



Centro Cultural La Moneda

Mercado Municipal

Cerro Santa Lucia