Hoje no carro, do nada surge o seguinte diálogo:
- Mamãe, sabia que tem quiança que só tem pai e não tem mãe e tem quiança que só tem mãe e não tem pai?
- Sabia, sim. E tem criança que mora com a Vovó e o Vovô, com os tios...
- Quando a quiança não tem pai é porque o pai morreu, e quando não tem mãe é porque a mãe morreu.
- É... (não quis estender o assunto mórbido...)
- Mamãe, se você morrer eu vou chorar tanto, mas tanto mesmo...
Já com o coração apertado, respondo qualquer coisa que não vou morrer tão cedo, que quero viver muito ao lado dela.
De repente começa um chorinho.
- Mas mamãe, eu não quero que eu morra.
- Você não vai morrer tão cedo também, filha. Eu, você e o Papai vamos viver bastante. Todo mundo morre um dia, seja pessoa ou animal, mas eu espero que a gente demore muito pra morrer, que a gente tenha muitos anos de vida juntos.
- Eu também quero, mamãe......
Mais tarde na cama:
- Mamãe, se você cair do balanço você vai morrer, e se eu cair eu vou morrer.
(Mas de novo???)
- Que balanço, filha? Nós não vamos cair.
Aí ela fala algo meio enrolado e cita o Pai do Papai.
- Você está falando do Vovô Francisco? Ela mora lá no céu, né.
- Sim. Eu quero viajar lá pra lua amanhã.
- Ih, filha, por enquanto não dá pra ir pra lua, só os astronautas que podem ir.
Depois de mil porques, ela choraminga:
- Então eu não vou poder ir nunca lá na lua?
- Quem sabe quando você crescer?
- Então meu aniversário de 10 anos vai ser de astronauta!
Não tenho ideia do porque surgiu esse assunto, amanhã vou sondar na escola, mas é um assunto bem desconfortável, confesso que não estava preparada pra ele...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Kelly, por aqui Emília adora falar sobre morte. É natural, faz parte da vida, e eles não se chocam tanto quanto nós. Nascimento e morte são tabus.
Fica tranquila, não é premonição ;)
bjos!
Postar um comentário