quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021

11 anos - a pré-adolescência chegou

Hoje comemoramos mais um aniversário, 11 anos! Segundo a Clara, ela já é uma pré-adolescente, caminhando a passos largos para a adolescência. Deus tenha piedade de nós (risos). 

Ano passado escapamos por muito pouco da pandemia no aniversário dela, e assim pudemos comemorar com uma festinha com os amigos. Só hoje me dei conta que não tinha publicado o post do aniversário de 10 anos, então estou publicando tudo junto. 

Este ano tudo está diferente, com essa pandemia sem fim, nada de festas e aglomerações. A comemoração está sendo em nosso pequeno núcleo familiar, com simplicidade mas cheia de amor. 

Parabéns, filhota, que seu caminho seja sempre cheio de muito amor e sinceras amizades, que você siga com essa sede de conhecimento e essa curiosidade tão característicos. Que você siga sendo essa menina autêntica e forte, sempre respeitando os outros e a si mesma. Nós te amamos muito!!!






Buenos Aires - sempre uma boa opção!


           Em janeiro de 2012 fizemos a primeira viagem internacional com a Clara, para o Uruguai e Argentina (link e link). Gostamos muito de Buenos Aires para crianças e desde esta época queríamos voltar, mas sempre apareciam outras viagens e acabávamos postergando.
            Em janeiro de 2019 finalmente surgiu a oportunidade desejada e não deixamos passar. Seria apenas 1 semana, mas já daria para aproveitar bastante.
           Desta vez voamos de Azul e achamos bom, chegando no início da madrugada. Dessa vez ficamos hospedados em um apartamento na Recoleta, em frente ao Cemitério e na esquina do Recoleta Mall, achamos a localização excelente, embora ficasse a cerca de 600 metros do metrô. Por perto havia supermercado, padarias, lojinhas, sorveterias e vários restaurantes.
            Nosso 1º dia foi um domingo, dia ótimo para ir a La Boca. Andamos pelo Caminito e pelas infinitas lojas de artesanato. Acabamos nos demorando por lá e almoçamos num dos restaurantes pega-turistas. Foi a segunda pior comida da viagem em termos de custo-benefício. De lá seguimos para a Plaza de Mayo para ver a Casa Rosada, o Cabildo e a Catedral.
            Na praça tinha um senhor vendendo milho para dar para os pombos. Obvio que a Clara quis alimentá-los e se divertiu muito, pois adora todo tipo de animais. Saímos caminhando pelo Centro e passamos em frente ao Café Tortoni. Como ainda não conhecíamos e a fila não estava grande decidimos entrar pra conhecer. Ficamos surpresos pois imaginávamos que era mais uma armadilha de turista, mas gostamos bastante. Tomamos café, sorvetes, e comemos croissant. Tudo muito bom. A conta não foi mais cara que a de nenhum outro local. Achamos que valeu a pena.
            Seguimos depois pela Calle Florida até as Galerias Pacifico. Terminamos o dia jantando no Club de la Milanesa perto do cemitério da Recoleta.
           Como amanheceu chovendo bastante e esta era a previsão do resto do dia, resolvemos fazer programas indoor. Fomos diretamente ao Teatro Colon, que também não visitamos da outra vez. Compramos os ingressos no local e sem fila, tendo que esperar 30 minutos para nosso grupo entrar. O teatro é maravilhoso, super recomendamos a visita, ficamos com vontade de assistir um espetáculo lá, deve ser incrível.
            Como continuava a chover depois que saímos do teatro, corremos até uma estação de metrô e fomos para o Shopping Abasto, para levar a Clara no Museo de los Niños, que ela amou quando tinha 2 anos. Agora, com quase 9 anos, ela igualmente gostou, mas ficou menos impressionada. Achamos o lugar um pouco descuidado, com várias coisas estragadas e sem manutenção. O retorno para a Recoleta foi marcado por uma chuva absurda na saída do metrô. Ficamos parados um tempão esperando passar e nada, então decidimos seguir na chuva mesmo até o apartamento, correndo.
            No terceiro dia fizemos um dos programas que mais gostamos na outra vez que fomos: o Biopark Temaiken. É um zoológico com bons recintos para os animais, assim podendo viver mais confortavelmente. Divulgam que priorizam o bem-estar dos animais.
            Da vez anterior, pegamos um ônibus na Plaza Italia que nos deixava em frente à entrada e no mesmo lugar pegávamos o ônibus de regresso. Desta vez não existiam mais os ônibus. Chegamos na Plaza Italia e só tinha uma linha para Escobar, onde descíamos e, de acordo com o motorista, andaríamos 5 minutos e chegávamos. Levamos pelo menos uns 20 minutos caminhando, num sol de rachar e muito calor. Na volta esperamos um bom tempo para pegar um ônibus que nos levasse ao centro de Escobar para pegar o ônibus para Buenos Aires. Mas perguntamos no ônibus onde deveríamos descer para pegar outro ônibus para Buenos Aires e não nos avisaram quando passamos pelas paradas e passamos do local. Tivemos que caminhar até as paradas e foi com muita dificuldade que descobrimos onde esperar, pois ninguém dava informações direito. Achamos e ficamos esperando, mas quando vinha um ele sempre passava direto. Perguntávamos nas bancas e lojas e todos nos respondiam que o ponto era ali, até que um dos ônibus parou no sinal, o motorista não nos deixou entrar mas disse que o ponto ficava a cerca de 200 metros dali. Fomos correndo e mesmo assim o motorista não nos esperou no ponto. Então não veio mais nenhum ônibus por mais de uma hora. Foi perrengue total. Demoramos mais de 2 horas pra chegar em casa. Não tem informação detalhada no site do Temaiken, voltada para turistas estrangeiros, e ninguém, nem no parque, nem na rua, nem no ônibus nos deu informações claras. Só vimos grosseria e má vontade e realmente não pretendo voltar a este parque. Recomendo que quem tiver vontade de visitar que contrate um transfer ou vá de carro, pois de ônibus realmente não vale a pena. 
            O zoológico em si é bom. Na entrada já somos recepcionados por flamingos, pelicanos e dinossauros, antes de chegarmos aos sempre carismáticos suricatos. Tem várias áreas amplas com diferentes animais convivendo, como um grande aviário aberto, com as espertas araras sempre maquinando para tentar fugir pelas portas duplas ou ao menos para bicar cadarços. Para Clara o ponto alto foi alimentar os animais da fazendinha. Eles vendem alimentos específicos para os ovinos, para as galinhas e para os peixes.
            No quarto dia começou resolvemos andar pela Recoleta, indo direto para o cemitério, que também não fomos da outra vez. Os túmulos históricos são muito bonitos e acabam contando parte da história da cidade, que já foi tão rica.
            Do cemitério seguimos pela Plaza Alvear, passando pela Facultad de Derecho até a Floralis Generica. Linda! Na volta paramos algumas horas no Museo de Bellas Artes, que nos surpreendeu muito positivamente, é lindo e tem muitas obras incríveis! Almoçamos no restaurante Novecento, que fica do outro lado do prédio (voltado para a Facultad de Derecho). Foi uma das melhores comidas da viagem.
            Fomos então fazer outro programa muito esperado pela Clara, o Museo Participativo de Ciencias – Prohibido No Tocar, localizado no Centro Cultural Recoleta. Queríamos ter ido antes, mas em janeiro só abre as 15:30 (fecha as 19:30). São diversos “brinquedos” baseados em experimentos e leis científicas, feitos para divertir a criança e para motivar seu interesse pela ciência.
             Nesta noite jantamos no local que está cada vez mais famoso para os brasileiros, o restaurante El Sanjuanino, que tem excelentes empanadas. 
            No quinto dia começamos pelo café da manhã na Le Pain Quotidien, no Recoleta Mall, que gostamos muito. O croissant é uma delícia e a geleia é tão boa que compramos para trazer para casa.
            Neste dia resolvemos ir até a livraria El Ateneo Grand Splendid. Impressionante a quantidade de turistas tirando fotos, em especial brasileiros. Ficamos com um pouco de vergonha alheia com a falta de educação de alguns brasileiros, gritando ao telefone no meio da livraria ou bloqueando totalmente a passagem para tirar um monte de fotos. Além de admirar a beleza da livraria, admiramos também os livros, e compramos alguns, inclusive do Gaturro.
            Depois, fomos bater perna pelas ruas de Buenos Aires, até chegarmos na Plaza General San Martin, e depois pela Calle Florida até a Galerias Pacifico. Então, cansados de andar, pegamos um taxi para o Puerto Madeiro.
            Paramos primeiro na histórica Fragata Sarmiento, e depois curtimos o pôr do sol. Como não estávamos com fome paramos para um lanche num local chamado Dandy Deli. Simplesmente intragável, pior comida da viagem!
            Para o sexto e último dia fizemos outro programa inédito. Fomos para Tigre. Não queríamos fazer passeios de barco e sim conhecer a cidade. Fomos de trem e saímos caminhando pelo Paseo Victorica até o Museo de Arte Tigre (MAT), que fica num prédio histórico muito bonito. A coleção no interior é legal, mas pequena. Almoçamos no restaurante De Vuelta, em mesa no calçadão. Muito agradável e a comida estava boa.
            Queríamos ter ido no Puerto de Frutos, mas estava tarde e voltamos para Buenos Aires. De qualquer forma teremos que voltar para ir no Parque de la Costa. Tanto na ida quanto na volta usamos a Estação Tigre, que fica ao lado da ponte para o Paseo Victorica.
            Nessa última noite queríamos comer pizza, e fomos na Los Maestros. Voltamos para o Brasil no dia seguinte com a certeza que teremos que voltar para Buenos Aires outras vezes, preferencialmente juntando com outras localidades, como a Patagônia Argentina.



Clara e os Pombos

Teatro Colon



Museo de los Niños




Temaiken







Museo de Bellas Artes


Museo Participativo de Ciencias - Prohibido No Tocar






Tigre





Clara fez 10 anos!!!!

Publicando alguns posts que estavam no rascunho. Este já fez aniversário, pois hoje Clara faz 11 anos já!!!

Mais um ano se passou e minha pequena completou 10 anos! Uma década de convivência com esse serzinho incrível que cresce na velocidade da luz! É bom demais poder estar ao lado dela e participar da formação dessa pessoa tão cheia de personalidade e de opiniões fortes. Ao mesmo tempo é um grande desafio compreender e aceitar que as coisas nem sempre acontecem como nós, os pais, queremos e que cada vez mais precisamos aprender a respeitar sua individualidade, buscando sempre contribuir para seu crescimento e aprendizado. 
Filhota, parabéns pelo aniversário (foi em fevereiro), que você cresça como uma pessoa do bem, que saiba que nós estaremos sempre ao seu lado para te apoiar no que for preciso, que você siga sua jornada sempre buscando o lado bom da vida e fugindo das tantas maldades e influências negativas que possam surgir. Te amamos demais, sempre!!!

Fizemos a festinha desse ano em um espaço de um contraturno escolar, chamado Veritas, somente para os amiguinhos. O interessante do espaço é que metade da festa é na piscina, onde a criançada se divertiu bastante. O tema escolhido foi personagens do Studio Ghibli, com destaque para o Totoro. 
Aliás, Clara está totalmente na fase dos animes japoneses, assiste direto no Netflix. E sonha conhecer o Japão. 






quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Clara conheceu a Amazônia


Manaus já é uma velha conhecida nossa. Mudei para o Amazonas em 2002, a trabalho. Inicialmente fui para Novo Airão, depois fui para Manaus, onde fiquei até 2004. Jorge também morou na infância e passou por lá outras vezes. Em 2007, já juntos, fizemos uma viagem maravilhosa com alguns amigos, mas Clara ainda não era nascida. Nesta viagem alugamos um barco regional e fomos até o Parque Nacional do Jaú, que eu também já conhecia, onde ficamos alguns dias imersos na Floresta Amazônica, longe da "civilização", dormindo e comendo no barco, foi muito bom! 
Em 2018 fui convidada para participar de um Seminário em Manaus e propus para o Jorge aproveitarmos para apresentar a Amazônia para a Clara. Seria coisa rápida, só um fim de semana em setembro, mas foi uma excelente oportunidade. Fui antes para Manaus, para participar do Seminário e Jorge viajou com a Clara para me encontrar no final de semana. 
De carro alugado, na manhã do primeiro dia demos uma rodada rápida pelo centro de Manaus. Andamos na área do Teatro Amazonas, visitamos a excelente loja de artesanato do MUSA que fica em um prédio do outro lado da praça, depois seguimos até o Mercado Municipal e o porto de Manaus. Clara achou uma experiência bem diferente do padrão, em especial por causa do calor, dos cheiros e da confusão urbana.

Teatro Amazonas

Loja MUSA

Antes do almoço já pegamos a estrada para nosso objetivo principal nesta viagem que era ir para Novo Airão, cidade a 200 km de distância, passando a ponte sobre o Rio Negro, que não existia na minha época de Amazonas.
Novo Airão é a melhor cidade para quem quer conhecer o Parque Nacional de Anavilhanas, com suas cerca de 400 ilhas fluviais no belíssimo Rio Negro. Além de ser um excelente local para apresentar a Amazônia para a Clara, também queríamos visitar uma querida amiga que mora em Novo Airão.
Além disto em Novo Airão tem um local onde é possível interagir com os botos rosa. Quando morei lá já existia essa atividade, iniciada há vários anos por uma família da cidade que tinha um restaurante flutuante. Tudo começou com um boto que havia sido arpoado e foi salvo por ribeirinhos, mas como ele ficou com sequelas e não conseguia se alimentar direito, passaram a alimenta-lo. A alimentação fácil atraiu outros botos que, apesar de serem todos livres, sempre voltavam para ganhar peixes. Assim, logo virou uma atração turística na cidade alimentar os botos. Por se tratar de uma área protegida, e para preservar a autonomia e saúde dos animais, a atividade foi ordenada pelos gestores do Parque Nacional de Anavilhanas em 2016, com a implantação de algumas regras. Atualmente não se pode mais entrar na água com os botos e a alimentação é regrada. Além disso antes da atividade o visitante assiste um vídeo que fala sobre o Parque e dá várias explicações, envolvendo educação ambiental e conscientizando as pessoas sobre a importância de preservar e respeitar o ambiente. A quantidades de peixe a ser dado a cada boto é limitada (os tratadores sabem quem é quem e chamam cada um pelo nome), para que eles continuem com o instinto de buscar seu alimento na natureza. Alguns botos passam vários dias sem aparecer e outros são frequentadores mais fiéis. A família que organiza a atividade obviamente cobra uma taxa de participação.
Assim que chegamos em Novo Airão fomos direto vê-los. Clara amou ver os botos tão de perto e até tocar neles. Gostou tanto que repetimos no dia seguinte. Eles são muito fofos, em especial o Curumim, o boto que foi arpoado há muitos anos atrás, e ficou com seu bico torto.
O dia seguinte começou bem com as deliciosas tapiocas da Elza, um local bem simples e gostoso onde servem café da manhã. Sugestão: experimentem a tapioca ou o pão com tucumã e queijo coalho, é delicioso! 
Seguimos então para o passeio de barco pelas ilhas de Anavilhanas. Havíamos contratado este passeio com antecedência com um guia local. Ele organiza tudo de acordo com o que a gente quer, como tempo de passeio (pode ser um ou mais dias), alimentação, etc. Indico 2 guias muito bons: Vermelho e Marivaldo, que além de ótimas pessoas são excelentes pilotos de barco e conhecem a região muito bem, o que é fundamental  num rio como o Negro e no labirinto que é Anavilhanas. Nosso guia foi o Vermelho (em uma das fotos tem o telefone para contato). Passamos por trechos muito largos do Rio Negro, vários braços menores e “furos”, que são locais no meio da mata onde os braços dos rios se encontram durante o período da cheia. Fizemos também 2 trilhas pela mata seca. A primeira pequena e a segunda maior e mais estruturada, com flutuantes e pontes para cruzar braços de rios. Terminamos o passeio com chave de ouro, em uma prainha fluvial muito gostosa, com botos rosa por perto e os tímidos botos cinza (tucuxi) nos olhando de longe. Nesse dia o rio ainda estava muito cheio e nosso guia nos levou na única prainha que já tinha saído, exclusiva pra nós, foi maravilhoso! 
Gostamos muito desse tipo de passeio mais "rústico" e personalizado. Achamos mais interessante visitar uma área onde se fica de fato em contato com a Floresta em seu estado mais original, como os Parques Nacionais de Anavilhanas e do Jaú, contratando um guia local muito experiente, o que gera renda para a população da cidade, de forma a incentivar a preservação da natureza. 
Na volta para a cidade do nada o tempo virou e caiu uma tempestade. Quem conhece a Amazônia sabe bem como são essas chuvas repentinas. O rio passa de tranquilo para muito agitado rapidamente, formando muitas ondas, que lá eles chamam banzeiro. Nessas horas um bom piloto de barco é fundamental, pois eles sabem como agir e deixar todos em segurança. Nosso barqueiro era bem experiente e agiu rápido, achando uma margem abrigada, onde esperamos cerca de 20 minutos até diminuir um pouco a agitação do rio e podermos voltar devagar, mas ainda assim com fortes emoções.
Depois de passarmos para ver os botos pela segunda vez, fomos ao imperdível centro de artesanato da Fundação Almerinda Malaquias nos abastecer de lembrancinhas e retornamos a Manaus, onde pegamos o voo de regresso para casa. Clara adorou sua primeira aventura amazônica, cheia de verde e de animais. Apesar de corrido, foi uma viagem incrível!

Parque Nacional de Anavilhanas



Nosso guia Vermelho remando num "furo". Contato na camisa

Floresta alagada

Trilha na Floresta

Nosso pequeno grupo


Trilha

Camuflagem



O belíssimo Rio Negro



Espelho!

Praia particular com água quente e botos


Chuva amazônica

Botos de Novo Airão

Curumim e seu "bico" torto