1 ano

Hoje ela acordou as 6 da manhã depois de ter dormido direto desde as 10 da noite (é, as vezes esse milagre tem acontecido). Chamou (leia-se chorou), eu fui, ela mamou e voltou a dormir. Acordou as 7:40, papis ainda estava em casa e a trouxe pra mim, pra mamar na cama. Nessa hora ele dá um beijinho e fala: parabéns, filha! Confesso, eu tenho muito sono pela manhã, sou praticamente um zumbi, e até essa hora ainda não tinha me lembrado de que esse dia era tão importante. Há exatamente 1 ano atrás, nessa hora ela tinha acabado de nascer e eu estava lá, sendo costurada, e pensando em quantas mudanças iriam acontecer na minha vida dali pra frente, no tamanho da responsabilidade, com medo do que viria, mas acima de tudo eu estava meio passada diante da enormidade do amor que eu sentia por aquela criaturinha lambuzada que acabaram de me mostrar. Aquela pessoinha que me olhava nos olhos com os olhinhos curiosos, como que buscando me conhecer aqui do lado fora, reconhecendo a voz que ela sempre ouviu.
1 ano já se passou. 1 ano muito intenso, cheio de grandes descobertas, de muita felicidade. Claro que teve muito trabalho, muitas noites mal dormidas, desespero, choro, cansaço. Claro que deixei de fazer um monte de coisas que eu fazia antes, que fiquei triste e me senti sozinha. Os primeiros 4 meses foram bem difíceis, parecia que nunca iam passar, mas passou. Hoje quando eu olho pra trás, tudo parece tão pequeno diante da realidade maravilhosa que é ver a Clara crescer e se desenvolver. Eu só tenho que agradecer por estar tendo essa oportunidade de ser mãe dela. Eu que pensava que não teria filhos, me vejo entendendo e concordando com o que dizem tantas mulheres: agora eu tenho um outro coração que bate fora do meu peito. E isso dá medo! Só sei que quero dar o que tiver de melhor em mim e tentar mudar o que não for bom, por ela, pra ela.