domingo, 22 de janeiro de 2012

Cocôs viajantes

Um dos detalhes tragicômicos da viagem foram os muitos cocôs feitos (pela Clara, obviamente) nos lugares mais improváveis e difíceis. Sempre que estávamos sem condições de limpar lá vinha ele, geralmente bem mole, pra vazar da fralda... Passamos alguns perrengues.
Acho que o pior deles foi feito dentro do ônibus de Montevidéu a Colonia del Sacramento. Íamos tranquilos quando ela desce do banco e se agacha no chão, tentando se esconder. Aí eu já gelei. Não deu outra, logo subiu o cheirinho. Ainda era começo de viagem, que duraria mais de 2 horas. Chamei o marido que dormia tranquilo no banco de trás e confabulei com a amiga companheira de viagem. O onibus todo fechado, com ar condicionado, como trocar? Olhei o banheiro, impossível! Marido disse que trocaria no banco mesmo, que era uma coisa normal. Levamos pro ultimo banco, e fizemos isso. Quando abrimos a fralda o casal de idosos da poltrona ao lado abriu os olhos indignado, o cheiro tomou conta. Eu, apesar de saber que era natural, confesso que quase morri de vergonha. Jogamos a fralda no banheiro, e naquele calor de quase 40 graus, o cheiro tomou conta e ninguem mais conseguia entrar ali.
Outros tantos aconteceram em restaurantes e cafés. Aliás, uma coisa que reparamos é que quase não existem banheiros com trocador e nem a menor estrutura para bebês, principalmente em Buenos Aires. Claro que não fomos em tantos lugares assim, mas falo pelos que conhecemos.
Clara está com uma mania horrorosa de se enfiar debaixo de tudo que é mesa de restaurante, e fica por ali, chafurdando na sujeira acumulada. Sai de lá quase sempre preta de sujeira e com um cocozinho de brinde. Troquei muita fralda em banco de praça ou agachada nos banheiros, limpando ela de pé mesmo.
Um dos cocôs fora de hora não consegui trocar. Foi no dia do passeio ao lindo parque zoo de Temaikén, perto de Buenos Aires. Nós compramos passagem no onibus errado, um pinga-pinga que levou pelo menos meia hora a mais que o outro. Na volta tinha filas enormes pra pegar o mesmo onibus e nós já havíamos ficado de fora de 3 que ficaram cheios, mas entraríamos no próximo. De repente Clara agacha ali mesmo na fila. Terror e pânico. Seria uma viagem de volta de mais ou menos 1 hora e meia e mais 2 metrôs pra chegar no hotel! Propus pra minha amiga voltar com o filho, e que a gente ficaria pra trocar a fralda. Marido disse que de jeito nenhum perderíamos aquele onibus, pois já estava muito tarde e a fila ainda estava enorme. Falou em trocar no onibus de novo e eu não deixei. Pois fomos todo o trajeto de volta sem trocar, eu morrendo de pena, e cuidando pra não deixar vazar. E ela nem aí, brincou bastante e depois dormiu até chegar ao hotel, onde foi direto pro banho.
Hoje só pra matar a saudade dos perrengues ela nos premiou novamente com um cocô feito debaixo da mesa de um restaurante aqui em Brasília, onde obviamente não tinha trocador. Ela saiu imunda de lá, tive que dar uma geral com lencinho umidecido e trocar a fralda no banco do carro. É, criança tem cada coisa!

4 comentários:

Fabiana disse...

Gentem, é engraçado e "trágico" ao mesmo tempo.
Uma coisa é certa: o cheiro é dominador de ambiente. Jesus! E gruda que não sai nunca mais. O que fazemos quando vamos sair é levar uma sacola plástica para tentar "lacrar" um pouco o aroma quando somso obrigados a colocar em lixos públicos como em restaurantes. Ajuda a não poluir o ar.
E verdade: o mundo não está preparado para trocar bebês. É difícil um lugar onde haja um mínimo que possa ser um trocador.

E essa de agaixar deve ser engraçado tb.

É... histórias que ficam pra contar para Clara quando ela for maior e ela mesma cair na risada.

Bjokas.

Paloma Varón disse...

Ahahahahha, morri de rir com estas histórias de cocô!! A gente passa por cada uma...
Beijos

Natália disse...

KKKKKKKKK, PELO MENOS UMA COISA LEGAL NISSO TUDO NE? A HISTORIA!!! MTO HILARIO... BJUS

Aline Cortes disse...

Mãe - a maioria - não tem nojo de praticamente nada no que se refere aos seus filhos. Mas cocô é provação demais! Parece que o organismo deles faz de propósito! Minha pequena de 1 aninho faz cada um que eu quase desmaio!
Coisas de mãe!
Parabéns pelo blog e pela filhota.
Abraços,
Aline