Seguindo a tradição dos posts super atrasados, voltei para falar das férias de janeiro de 2018. A ideia inicial era somente visitar familiares no RJ, mas o bichinho das viagens vinha me corroendo, me fazendo pesquisar promoções de passagens aéreas e namorar diversos destinos. Fiz várias combinações de passagens e de repente apareceu uma opção bem interessante: RJ - Punta Arenas - Santiago - Brasília. Eu já conhecia Torres del Paine, tinha ido com uma amiga há mais de 10 anos, mas o Jorge e a Clara não. Achei que valia muito a pena voltar, pois é um dos lugares mais fantásticos que já fui. Dessa vez o esquema seria bem diferente da outra, pois não faria nenhum dos circuitos de trilhas e sim passeios de carro pelo parque.
Minha primeira vez em Torres del Paine
Abro um parentesis para falar um pouco da primeira vez que estive em Torres del Paine, em 2005. Para quem não conhece, o Parque tem várias opções de trilhas, sendo que os circuitos mais famosos são o "O", que dá a volta completa, e o "W", que atravessa boa parte do Parque, incluindo as passagens mais famosas, que são as Torres, Los Cuernos e o Lago de nome impronunciável Nordenskjold. Para se fazer os circuitos é possível se hospedar e fazer as refeições (café da manhã, box lunch e jantar) nos refúgios espalhados pelo caminho, acampar em campings pagos ou até gratuitos, tem possíbilidades para todos os bolsos (e capacidades de carregar peso...). A estrutura em geral é muito boa, a comida nem sempre, mas nada que não dê para sobreviver. Importante salientar que atualmente só é possível fazer qualquer trilha com pernoite dentro do Parque se estiver com as reservas feitas com antecedencia, mesmo que seja para os campings gratuitos, é obrigatório, senão não se faz nenhuma trilha com pernoite.
Saímos de Brasilia com a intenção de fazer o O, com todas as reservas para refúgios e campings necessários para todo o trajeto, seriam 9 dias de trilhas. Chegando em Puerto Natales, cidade mais próxima do parque, fomos até a agência e acabamos decidindo fazer o Circuito W. Refizemos nossas reservas nos refugios e partimos. A diferença é que fizemos a trilha no sentido inverso do que a maioria das pessoas faz e ficamos um dia a mais que o normal, 6 dias. Dormimos todos os dias nos refúgios e contratamos as refeições também, a ideia era carregar menos peso. Nem preciso dizer que esta foi uma das experiências mais fantásticas da minha vida. O lugar é incrível, de uma beleza indescritível. Quando chegamos na base das Torres del Paine, depois de uma caminhada bem puxada que parecia não ter fim, a paisagem era surreal de tão linda. Os refúgios em geral são muito agradáveis, em lugares especialmente bonitos, com gente do mundo inteiro dividindo as mesas na hora das refeições. Foi realmente incrível!
Depois dos 6 dias de trilhas, voltamos para Puerto Natales. Fizemos um passeio bate e volta até Calafate, onde visitamos o Glaciar Perito Moreno. Não recomendo muito esse passeio porque a distancia é bem grande, acaba ficando corrido demais. Depois Punta Arenas, onde visitamos uma Pinguinera muito legal, uma passada bem rápida por Santiago e depois Buenos Aires. Foi uma delicia!
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Ponto alto da trilha: base das Torres del Paine - lugar inacreditável! |
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Glaciar Grey |
De volta a 2018...
Aquelas paisagens ficaram marcadas na minha memória e queria muito voltar, acho que vou querer sempre. No entanto achava que seria perrengue demais com crianças. Quando comecei a pesquisar vi que era totalmente possível fazer um passeio bem mais light com criança e me animei.
Chegamos em Punta Arenas tarde da noite, depois de um voo bem longo, com uma conexão relampago (quase perdemos o voo) em Santiago. Não conseguimos nem comer durante o dia todo, mas chegamos tão exaustos que fomos direto dormir.
Nosso primeiro Hotel foi o Best Western Finis Terrae, boa localização, com um restaurante no ultimo andar muito agradável com otima vista. Ficamos 2 noites em Punta Arenas. Estávamos doidos pra mostrar os pinguins pra Clara, mas infelizmente a Pinguinera Otway, que eu visitei na outra viagem, está fechada desde 2016, uma pena. Disseram que pinguins pararam de ir ao local. A única opção agora é ir a Isla Magdalena que fica bem distante, umas 2 horas de ida mais 2 de volta, no mar agitado do Estreito de Magalhães. Além disso é um passeio bem caro, acabamos não fazendo.
No outro dia pegamos a estrada para Puerto Natales. A viagem foi bem tranquila, as estradas são boas e tem pouco movimento. A ventania é que estava uma loucura nesses dias, fizemos uma parada para tirar fotos e o vento quase nos carregava, o carro se balançando todo.
Em Puerto Natales, seguimos a dica da Claudia (
Felipe Pequeno Viajante) e ficamos no Hallef, hotel simpático e bem localizado, gostamos! A cidade é muito bonitinha e agradável, eu já tinha adorado da outra vez e pude confirmar minha primeira impressão. Fizemos algumas comprinhas no supermercado, circulamos pela cidade, fomos até a Costanera e passamos um bom tempo por lá admirando a paisagem e os monumentos, Clara brincando no parquinho e na pista de skate, bem legal.
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Costanera em Puerto Natales |
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Monumento ao vento e pista de skate |
Dia seguinte pegamos a estrada para o Parque Nacional Torres del Paine. Importante lembrar de abastecer o carro e sair com o tanque bem cheio, já que não tem posto de gasolina por lá. Fomos direto, admirando a paisagem e assustados com o vento, até Cerro Castillo, um povoado que fica bem perto do Parque. Paramos no Restaurante / Café El Ovejero, lugar super legal e pitoresco, boas opções de lanches, comemos sopa e empanadas, muito gostosos. Impossível esquecer a ventania que estava nesse dia! O carro balançava todo, quando paramos e tentamos descer precisava de força para abrir a porta do carro e para segura-la, uma loucura. Em alguns trechos curtos a estrada estava sem asfalto e algumas vezes o carro deslizava no cascalho, levado pelo vento. Em um trecho vinha um onibus em sentido contrário e nosso carro começou a ser empurrado lateralmente. O onibus parou e esperou nossa passagem por esse trechinho de terra, pois no asfalto o carro ficava mais firme, um tanto assustador. Em alguns trechos mais descampados tem placas avisando dos riscos do vento e realmente era muito forte.
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Beleza por todo lado |
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El Ovejero - Rustico por fora... |
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Aconchegante por dentro. |
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Comida boa! |
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El Castillo |
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El Castillo |
Vou dividir o post pra não ficar tão grande. Continua no proximo post...
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